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Órgãos do governo federal se unem para compartilhar informações e responder melhor aos principais incidentes.
O Brasil criou uma rede de resposta a ataques cibernéticos com o objetivo de promover uma resposta mais rápida a ameaças e vulnerabilidades cibernéticas por meio da coordenação entre órgãos do governo federal.
Criada por meio de decreto presidencial assinado em 16 de julho, a Rede Federal de Gerenciamento de Incidentes Cibernéticos abrangerá a Secretaria de Segurança Institucional da presidência, bem como todos os órgãos e entidades da administração do governo federal. Empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias podem tornar-se membros da rede de forma voluntária.
A rede será coordenada pelo Departamento de Segurança da Informação da Secretaria de Segurança Institucional da presidência, por meio do Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes de Segurança Cibernética do governo.
A Secretaria de Governo Digital (DGS), que funciona no âmbito da Secretaria Especial de Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, terá papel estratégico na formação da rede. O DGS é o órgão central do SISP, um sistema utilizado para planejar, coordenar, organizar, operar, controlar e supervisionar os recursos de tecnologia da informação do governo federal em mais de 200 órgãos.
De acordo com a DGS, a partilha de informação prevista no decreto que cria a rede deverá melhorar a articulação do SISP ao nível da prevenção de incidentes, bem como das ações necessárias a um eventual ciberataque. A Secretaria também deu a entender que há expectativa de que empresas públicas como a Dataprev, empresa governamental de tecnologia e informação da seguridade social, e o Serpro, serviço federal de processamento de dados, venham a aderir à iniciativa, embora sua participação não seja obrigatória.
Ter conhecimento imediato sobre os ataques, bem como vulnerabilidades potenciais exploradas, permitirá à Secretaria alertar outros órgãos para aplicar as medidas de contenção necessárias, observou, acrescentando que outra área de enfoque poderia incluir o desenvolvimento de guias e treinamento para abordar os principais problemas identificados pela rede.
Citando a melhora do Brasil no último Índice Global de Segurança Cibernética das Nações Unidas, onde o Brasil subiu 53 posições no ranking, passando da 70ª colocação em 2018 para a 18ª posição em 2021 - o melhor resultado de toda a América Latina - governo digital e secretário de gestão Caio Mario Paes de Andrade observou que a criação da rede ajudará o governo federal brasileiro a fortalecer ainda mais seu papel no enfrentamento de ameaças cibernéticas.
“O avanço da transformação digital deve vir acompanhado da proteção dos usuários e temos garantido essa proteção”, frisou o secretário. "O racional da rede é fomentar ainda mais a cultura de confronto coordenado dentro do governo, para que possamos continuar avançando na questão da segurança cibernética."
De acordo com pesquisa divulgada no início deste mês, os brasileiros estão preocupados com a segurança de seus dados . A pesquisa descobriu que o medo de ataques cibernéticos é alto entre os usuários brasileiros, com 73% dos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de ameaça digital, como receber mensagens falsas de empresas e senhas roubadas.
Fonte: ZDNet