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O incidente gerou instabilidade nos sistemas e canais de atendimento da empresa.
Um dos maiores grupos seguradores do Brasil, a Porto Seguro informou que sofreu um ataque cibernético que resultou na instabilidade de seus canais de serviço e alguns de seus sistemas.
A empresa relatou o ocorrido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (14), informando que "ativou prontamente todos os protocolos de segurança" e que vem restaurando gradativamente seu ambiente operacional e trabalhando para a retomada dos negócios normais o mais rápido possível .
A Porto Seguro não divulgou mais detalhes em relação ao tipo de ataque que sofreu, mas observou que até o momento não foi identificado nenhum vazamento de dados em relação à empresa, ou suas subsidiárias, clientes ou parceiros, incluindo quaisquer dados pessoais.
Terceira maior seguradora do Brasil, a Porto Seguro lidera os segmentos de seguros de automóveis e residenciais no Brasil e tem cerca de 10 milhões de clientes em suas várias linhas de negócios, incluindo provisão de crédito. A empresa está sediada em São Paulo, com subsidiárias no Brasil e Uruguai, empregando mais de 13.000 funcionários.
A empresa é a última de uma lista das principais organizações brasileiras que sofreram grandes incidentes de segurança nas últimas semanas. No início deste mês, a CVC, uma das maiores operadoras de viagens do país, foi atingida por um ataque de ransomware que paralisou suas operações.
Desde o ataque, reportado à CVM em 2 de outubro, a empresa mantém um banner em seu site informando que foi atingida por um ciberataque e que está "trabalhando com afinco para mitigar o impacto do incidente e garantir a continuidade dos negócios". No momento da redação, a página de relações com investidores do CVC, onde seriam publicadas atualizações sobre o incidente, não estava disponível.
Antes da CVC e da Porto Seguro, outras grandes empresas no Brasil que eram alvos de cibercriminosos incluíam a rede de varejo Renner, vítima de um ataque de ransomware que comprometeu sua plataforma de e-commerce por três dias em agosto.
Equipes de segurança estão presentes em menos de um terço das organizações brasileiras, embora a maioria das empresas sofra ataques cibernéticos com frequência, de acordo com pesquisa publicada pelo Instituto Datafolha em nome da Mastercard e publicada em junho. Serviços financeiros, seguros e tecnologia e telecomunicações estão entre os mais preparados em termos de prontidão para segurança cibernética, concluiu o estudo. Por outro lado, os setores de educação e saúde são os mais vulneráveis.
De acordo com outro estudo, também realizado pelo Instituto Datafolha e publicado em julho, o medo de ataques cibernéticos é alto entre os usuários brasileiros. A pesquisa teve como objetivo medir o nível de preocupação com a segurança dos consumidores em ambientes de troca de dados e informações e constatou que apenas 13% dos entrevistados consideram seus dados muito seguros, enquanto 21% consideram seus dados inseguros.
Em setembro, o setor bancário iniciou discussões com o Ministério da Justiça em torno da criação de uma estratégia para enfrentar o crime em ambientes digitais. Os objetivos da estratégia incluiriam a expansão do esquema em torno da identificação e repressão dos atores responsáveis pelos crimes cibernéticos, bem como a promoção da cooperação permanente entre os setores público e privado sobre o assunto e campanhas de conscientização pública sobre os riscos cibernéticos e a fraude.
Fonte: ZDNet